A Justiça Restaurativa teve um ano de grande visibilidade no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) declarou 2025 como o ano da Justiça Restaurativa nas instituições, reforçando a aplicação dessa abordagem como estratégia para melhoria de relações e resolução de conflitos. De acordo com o diretor geral da Faculdades EST, o professor doutor Valério Guilherme Schaper, foi um ano desafiador. “Mais uma vez fomos convidados e convidadas a olhar com profundidade para a realidade brasileira e para as formas como lidamos com nossos conflitos”, disse.
O gestor salienta que diante de tantos “episódios de violência e de dor”, o compromisso histórico com a dignidade humana e com a promoção de uma cultura de paz foi reafirmado. “Por isso, quando o CNJ declarou 2025 como o Ano da Justiça Restaurativa nas instituições, entendemos que esse era também um chamado para ampliar nossa resposta educativa e social”, declarou. Schaper pontuou que o anseio de entregar esse conteúdo para os e as estudantes veio ao encontro da proposta ofertada pela professora mestra Maria Cristina Martins.
A aproximação entre a instituição e a educadora ganhou forma em janeiro de 2025, quando ambas firmaram um termo de parceria para a oferta de cursos, palestras e formações em Justiça Restaurativa e Círculos de Construção de Paz. Graduada em Letras e Pedagogia, especialista em Justiça Restaurativa e Mediação de Conflitos, em Linguística do Texto, mestra em Letras e facilitadora e instrutora em Círculos de Construção de Paz. “Maria Cristina trouxe a união entre competência técnica, profundidade ética e a capacidade de traduzir a Justiça Restaurativa em processos formativos vivenciais”, destacou Schaper.
“Abordagem essencial para lidar com conflitos”
Conforme destaca a professora, a Justiça Restaurativa tem se fortalecido no campo educacional por sua capacidade de reconectar pessoas, promover empatia e restabelecer vínculos: “A justiça restaurativa tem se destacado como uma abordagem essencial para lidar com conflitos e prevenir a violência no contexto educacional. Em vez de focar na punição, essa perspectiva busca restaurar relações, compreender necessidades e promover a corresponsabilidade.” A partir dessa compreensão, teóricos como Howard Zehr e John Braithwaite sublinham que as práticas restaurativas deslocam o foco da infração para as necessidades das pessoas, criando ambientes mais seguros e colaborativos. Kay Pranis destaca que os círculos restaurativos favorecem o diálogo e o senso de pertencimento, especialmente relevantes no contexto escolar.

Sob coordenação da professora, os cursos realizados na EST com parceria de outras pessoas especialistas, as formações contam com pessoas estudantes de diferentes áreas e regiões, vinculados a setores da sociedade civil e jurídica. Entre os cursos oferecidos estão: Formação de Facilitadores em Círculos de Construção de Paz – módulo básico; Formação de Facilitadores – módulo avançado; e Formação de Instrutores em Círculos de Construção de Paz – situações menos complexas e em julho de 2025 teve início o curso de Pós-Graduação em Justiça Restaurativa: Prevenção e Transformação de Conflitos, totalmente online e vivencial, com 420 horas. As formações seguem as orientações do CNJ.
Além deles, a professora Maria Cristina, em parceria com a Faculdades EST, promove lives mensais com pessoas especialistas de renome, criando espaço de reflexão sobre os avanços da Justiça Restaurativa no país. Ao refletir sobre os resultados do ano, Maria Cristina resume os pilares que guiaram as ações da Justiça Restaurativa: reconectar pessoas, restaurar relações com o outro e com a comunidade; oferecer um novo olhar para conflitos, focado na escuta e na visão do outro; responsabilização ativa e reintegração social; e mudança de uma cultura punitiva para uma cultura de paz e cuidado mútuo. “O ano de 2025 foi de amadurecimento e expansão, com o sistema de justiça atuando como catalisador e outras instituições se somando ao movimento.”
Ao longo do ano, a docente levou sua experiência a diversos espaços, divulgando também as formações da EST. Em março, a convite do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), esteve ministrando aula no Curso “Projeto Integra Escola-Saúde” para funcionários públicos. Em julho, em São Leopoldo, palestrou sobre “Educação, saúde e felicidade: em busca de sentido” para estagiários e estagiárias da rede municipal. Em agosto, participou do 6º Seminário RESTAURA NH!, abrindo o evento com o tema “Justiça Restaurativa na Educação: educação, saúde e felicidade em busca de sentido”. Em setembro, a convite do Conselho Municipal de Educação de Capão da Canoa, tratou sobre “Justiça Restaurativa na Educação: movimento de humanização das relações de aprendizado”. Em novembro, esteve no II Seminário Pacto Guaíba pela Paz na Educação, falando sobre as formações de JR na Faculdade e palestrando sobre “Justiça Restaurativa: dignidade, humanidade e responsabilidade”.

Novidades para 2026
“Em 2026, além das formações já consolidadas, vamos oferecer a “Formação de Instrutores de Círculos de Construção de Paz e Justiça Restaurativa – para aplicações Mais Complexas / Conflitivas”, salienta Maria Cristina. De acordo com a professora, as matrículas ocorrerão de janeiro a abril para todos os cursos de extensão, já as aulas “online vivencial” ocorrem a partir do mês de março. “Nossos cursos contam com instrutores e instrutoras experientes, com a participação de pessoas convidadas e integrantes do sistema jurídico, além de material completo, acompanhamento em grupo de WhatsApp e lives temáticas que aprofundam os conteúdos ao longo da formação”.
A consolidação das formações em Justiça Restaurativa na Faculdades EST reafirma seu compromisso com a cultura da paz, com a educação transformadora e com o desenvolvimento de profissionais preparados e preparadas para atuar em diferentes contextos sociais.