Painel apresentado por pesquisadora da Faculdades EST e pessoas colaboradoras discutiu espaço litúrgico, inculturação e inclusão, gerando intenso debate em encontro internacional
De 28 de julho a 1º de agosto, Paris recebeu cerca de 200 pesquisadores e pesquisadoras para o Congresso da Societas Liturgica 2025, que refletiu sobre a relação entre espaço celebrativo e eclesiologia litúrgica. O evento analisou como diferentes usos e configurações espaciais expressam e moldam a vida eclesial, abordando tensões históricas e contemporâneas entre ministros e assembleia, sagrado e profano, inclusão e exclusão.
A participação latino-americana foi pequena, mas ativa. Entre os destaques, esteve o painel Around the Table: Liturgical Space, Performance, and the (Non)Inclusion of Community, apresentado pela doutoranda da Faculdades EST, Daniela Weingärtner, com texto elaborado em parceria com o professor doutor Júlio Cezar Adam; ex-professor doutor da instituição, Louis Marcelo Illenseer; a doutoranda Odete Liber, entre outras pessoas. A pesquisa explorou a intersecção entre inculturação litúrgica e pensamento decolonial, mostrando como, mesmo sob o discurso da inculturação, práticas e espaços de culto podem manter lógicas coloniais e exclusões. Também foram apresentados exemplos de como expressões afro-brasileiras têm ressignificado o espaço litúrgico, promovendo comunhão e transformação.
O painel, bem recebido pelo público, gerou debate intenso, revelando o interesse e as tensões que o olhar decolonial provoca em um cenário ainda marcado por perspectivas tradicionais e eurocêntricas. Dois anúncios marcaram o congresso: a eleição do pós-doutorando Luiz Coelho, que pesquisa na Faculdades EST, como presidente da Societas Liturgica, e a confirmação de que a edição de 2027 será no Rio de Janeiro. Para as pessoas brasileiras presentes, a experiência em Paris foi mais do que acadêmica: foi um exercício de presença e voz, inserindo perspectivas do Sul Global no diálogo internacional sobre liturgia.
