Para marcar o Dia Internacional da Mulher, compartilhamos o texto da estimada professora Dª. Carolina Bezerra
Neste dia das mulheres, propomos lembrar tanto dos protagonismos de algumas mulheres nas narrativas dos textos bíblicos, para nos inspirar a continuar, como das violências que sofreram para nos preparar para situações que enfrentamos.
Vamos pensar em Miriã, na sua agência no processo de libertação dos cativos no Egito, na ação sacerdotal de festejar essa libertação e lembrar do seu reconhecimento como líder pelo povo que não a deixou para trás em uma situação que pareceu injusta. Vamos pensar em Débora e sua liderança política-religiosa, que costuma ser olhada como secundária. Lembrar das mulheres na genealogia de Jesus que nos falam da diversidade que é acolhida por Deus.
Quero destacar a violência sexual sofrida por Bate-Seba e seu esforço para que seu filho fosse rei. Também lembrar da disposição de Maria em compreender e depois de aceitar a situação que viveria e de se colocar como profetiza ao pronunciar o Magnificat, nos fazendo entender que conhecia profundamente a cultura, resistência e esperança de seu povo e se integrava nessa história. Essa figura forte foi transformada em uma mulher domesticada e silenciosa.
Esse apagamento das mulheres e as desigualdades que enfrentam ainda são parte da nossa cultura e precisam ser entendidos como injustiça, assim como os diversos tipos de violência a que elas são submetidas.
Que as narrativas dessas e de muitas outras mulheres nos façam mais fortes na caminhada pela vida.